A minha primeira vez… com um season pass

Não sou novata nos jogos, mas nunca tinha comprado um season pass. Sou defensora do formato físico (fui eu que escrevi sobre os manuais, lembram-se?) e ainda me faz confusão comprar seja o que for com um código e um download.

Ainda assim, e graças a uma espetacular prenda de aniversário da restante equipa do Glitch, dei por mim prestes a perder a virgindade nestas coisas: tinha um código que me dava acesso ao primeiro season pass da minha vida, o do Fallout 4.

Não é preciso dizer o que sinto pela série, nem tão pouco confirmar que o mais provável era que comprasse os DLC (prevendo que o passado se repetisse e eu os adorasse tanto como os do Fallout 3 e New Vegas) mas a verdade é que dificilmente ia comprar JÁ o season pass. Correndo o risco de parecer pobre e mal-agradecida, para mim, é complicado interiorizar a ideia de que é normal pagar por algo sem antes sequer saber o que vai incluir e faz-me confusão que a indústria tenha chegado a um ponto em que, na verdade, quase se vende ar (ou se paga por sonhos).

 

Reza a lenda que há um Deathclaw no Fallout 4 que sabe o que o season pass do jogo vai incluir. E, não, não é aquele da missão do ovo. Infelizmente…

 

No caso do Fallout 4, esta situação é demasiado premente: há um jogo lançado, há um season pass disponível para compra, mas zero informação sobre o que poderá ser o conteúdo adicional que a Bethesda vai lançar. E zero é mesmo zero: não há tema, data, detalhes, direção narrativa, nicles. E, mesmo assim, ainda nem o jogo tinha chegado às lojas e já se falava em season pass.

Sou do tempo em que se compravam DLC em formato físico (cheguei a jogar o Fallout 3 na Xbox e tenho um disco para provar cada uma das compras adicionais) e em que existiam descrições pormenorizadas do que se iria comprar. Em que era preciso convencer os jogadores, apaixoná-los. Perdeu-se a sedução, numa estratégia que agora dispensa trocas de olhares, apresentações inteligentes ou sorrisos indiscretos. A indústria está à espera que os jogadores consumam sem contestar, melhor, sem exigir.

 

Bethesda, estamos à espera de um add-on que nos permita voltar a beber água das sanitas no Fallout. (Tu, que estás a ler, sabes muito bem que tentaste fazer isso quando começaste a jogar o jogo, não mintas!)

Encurtando a história, o processo de compra foi tão mirabolante como a ideia de um season pass que não se sabe o que vai incluir e para o qual ainda não há conteúdo: coloca-se um código, faz-se uma compra e pronto, já está. Quase falta a mensagem a dizer “pronto, caro fã, agora espera pelas migalhas que a Bethesda te há-de dar”. “O quê? Não gostas do que preparámos para ti? Paciência”.

Pontos positivos? A prenda foi das melhores que já recebi (há poucos amigos como estes e até tive direito a encontrar a prenda em cima de uma sanita – ver referência da imagem em cima) e ainda tive direito a um tema do jogo para a PS4.

O pior de tudo? Acabo de escrever este artigo e apercebo-me que o season pass foi uma das prendas que pedi ao “Pai Natal do Glitch” – também fui apanhada na banhada da indústria e da Bethesda, salvem-me, por favor.

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